Hoje
saímos para completar nosso roteiro. Os horários de abertura das atrações não
ajudam a montar um percurso lógico tendo em vista a distância e,
principalmente, as ladeiras, para o deslocamento.
As
ladeiras são tão íngremes que as calçadas têm escadas caso contrário seria
impossível subir ou descer. Até de carro é difícil. As ruas são tão estreitas
que às vezes duvidamos que o carro vá caber nelas. Mas conseguimos passar e circular e chegar
aos pontos principais.
Começamos
subindo ao Mirante do Morro de São Sebastião de onde se descortina toda a cidade. Dali é possível se ver todo o
desnível e as principais igrejas.
Fomos então à Igreja de São Francisco de Assis, obra barroca importante de Aleijadinho e Mestre Ataíde. À frente uma portada em pedra sabão esculpida com S. Francisco. Lá dentro altares ricamente trabalhados em madeira policromada e dourada.
Um fato interessante por aqui é que os santos têm as mãos e faces em madeira mas as vestes são de pano e os cabelos são naturais, geralmente doados por alguém em cumprimento a uma promessa. Na sacristia, uma Arcaz de 8,5 metros e 20 gavetões em jacarandá e um lavabo em pedra sabão esculpido por Aleijadinho. Como a Igreja da Conceição (onde estão os restos mortais do Aleijadinho) está fechada, as obras dele foram trazidas para a igreja de S. Francisco e pudemos vê-las lá.
Dali fomos à Igreja de Sta. Efigênia, construída pelos escravos para poderem realizar seus cultos religiosos. Tem um altar bem trabalhado e folheado e ouro. Mais adiante a Capela do Pe. Faria, que embora simples por fora é bastante rica por dentro, com forte influencia de arte chinesa.
A
próxima foi a Igreja de N. Sra. do Pilar, a mais rica de todas – cerca de 400
kg de ouro na douração. Tem 300 anos e ainda funciona normalmente. Sua nave
central é ampla e possui uma espécie de camarote na parte superior, funcionando
como um teatro. É impressionante a sua
beleza. Os altares laterais são ricamente trabalhados em madeira, policromada e
dourada. O teto pintado. O altar centra é majestoso.
É
impossível fugir à comparação com as igrejas da Europa. Enquanto por lá se vê
muito mármore, por aqui tudo é madeira, algumas até com pintura marmorizada. O
trabalho de escultura é muito mais rico e detalhado do que o mármore.
No
entanto, pecamos quanto à infraestrutura e a facilidade de informação para o
turista, com a falta de folhetos, brochuras, audioguias etc... e não temos a
explicação necessária para entender toda a simbologia da arte ali colocada.
Por
fim, a Igreja do Rosário dos pretos, a mais simples, mas também muito
imponente. A sua construção tem forma
arredondada.
Embora não tenha ouro, os altares são policrômicos, com peças esculpidas, e os santos são negros.
Embora não tenha ouro, os altares são policrômicos, com peças esculpidas, e os santos são negros.
Acabamos
o dia visitando o Museu da Inconfidência. Um prédio muito imponente de frente
para a praça, que abriga os restos
mortais dos inconfidentes, conta a história do movimento, conta também a
história de Ouro Preto e mostra peças de moveis, louças, arte sacra etc...
contando a evolução dos costumes. Muito bem organizado. Lá dentro tem o
Mausoléu dos Inconfidentes. Recordamos um pouco a nossa história...
Andando
pelas ruas também vimos outra marca da cidade – as repúblicas dos estudantes
com seus nomes interessantes: Maracangalha, Cantinho do Céu, Muvuca, Alcatéia,
Sem Destino, Calabouço.... até nos depararmos com “Saudades da mamãe”....
Adorei
a visita a Ouro Preto – uma cidade bastante pitoresca, com muita história para
contar. Poderia ser ainda melhor se a
infraestrutura turística fosse aperfeiçoada com sinalização na rua indicando as
atrações, se no Posto de Informações Turística oferecessem um mapa mostrando os
locais (tivemos que comprar; depois nos deram um na Casa de Ópera!!!), dessem
brochuras falando de onde comer, o que fazer, descrevessem as atrações etc...
Mas, já é muito bom que haja uma preservação do nosso patrimônio histórico e
artístico.
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